segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Férias

Férias, um bem precioso para tanta gente!

Para uns já terminaram, para outros estão a meio e para outros ainda vão começar. É tempo de descanso, de lazer, de relaxamento, de ausência de horários e compromissos. É algo conquistado ao longo de muitas décadas. Quem é que gozava férias há cerca de quarenta ou cinquenta anos atrás? Só uma minoria populacional sabia o que isso representava e tinha acesso ao grato prazer de uns dias relaxantes, passados no sossego de uma aldeia em casa de familiares, ou na praia saboreando o sol quente de Verão e os refrescantes banhos de mar em águas com sabor a sal. Por essa altura, eram mesmo pouquíssimos aqueles que se davam ao luxo de veranear em solo estrangeiro. Em virtude dos custos serem demasiado elevados, isso apenas se destinava à população dotada de proveitos acima da média e pertencente a estratos sociais mais altos, onde se encontravam grandes senhores feudais, industriais de sucesso, donos de múltiplas áreas comerciais e alguns detentores de profissões liberais que auferiam avultadas quantias salariais.

Se por um lado, o passar dos anos e a evolução dos tempos nos trouxe melhor qualidade de vida e aumento dos salários, que permitiu às famílias poderem adquirir o seu próprio carro para se deslocarem, por outro a variedade e oferta de transportes para as grandes e pequenas distâncias fizeram com que as férias se fossem generalizando um pouco por todo o lado, tornando-se cada vez mais apetecíveis e ao alcance de quase toda a gente. Criou-se o culto das férias e estas transformaram-se num bem absolutamente indispensável à boa saúde mental e física de uma pessoa, em virtude da alta percentagem de stress vivida no dia-a-dia, motivada pelo ritmo de trabalho deveras acelerado, quase alucinante por vezes, a que a maioria da população se submete, com o objectivo de obter o máximo rendimento produtivo, como se o homem fosse uma simples máquina de produção.

Ao longo do ano, os trabalhadores mostram-se incansáveis no desempenho das suas funções laborais, aguardando ansiosamente as interrupções, para se libertarem um pouco da pressão a que estão sujeitos diariamente. Tais paragens são mesmo necessárias para que possa existir uma lufada de ar fresco na renovação de energias.

E nos tempos que correm, nem a crise, nem a ameaça da gripe A tem feito recuar ou desencorajado quem quer que seja, no que respeita a férias. As praias encontram-se a abarrotar de gente e as esplanadas estão completamente cheias.

Olhando para as pessoas, facilmente percebemos que vivem em clima de férias: na praia ou no campismo, na forma como se alimentam optando por cozidos e grelhados, nas deslocações que efectuam fazendo alguns passeios de carro em família, andando sozinhos ou acompanhados, a pé ou de bicicleta, e até no tipo de guarda-roupa escolhido para esta altura, preferindo roupas práticas e frescas, tal como um calçado confortável.

Por todo o lado se avistam convites bem apelativos e aliciantes para prováveis saídas até ao estrangeiro: as unidades hoteleiras promovem pacotes de férias especiais em resorts de luxo e com direito a Spa; as agências de viagens organizam excursões em autocarros que atravessam vários países; anunciam-se semanas de sonho passadas a bordo de um navio, num cruzeiro pelo Atlântico ou pelo Mediterrâneo; e por fim lá temos os voos Low Cost ao preço da “chuva” para facilitar tudo ainda mais. Perante tamanha oferta, ninguém fica indiferente!

Por tudo isto, hoje viaja-se bastante e poucos são os que não usufruem de umas férias, de um fim-de-semana alargado ou simplesmente de umas idas à praia, ou mesmo de uns piqueniques na mata ou de umas idas à serra. No entanto, podemos assistir ainda a situações de quem tem férias, e de quem as queira ter e fique a sonhar com elas. Há também quem as possa gozar ,e quem se veja impedido de o fazer por questões de saúde ou falta de tempo ou dinheiro. Há quem consiga desfrutar de vários períodos de férias ao longo do ano, e quem se veja limitado a gozá-las num só período. Há quem faça empréstimos e se empenhe para ir de férias, e quem tenha meios e não as goze com medo de perder o que amealhou ao longo do ano. Há os chamados “penetras” que fazem férias à custa dos outros, fazendo-se convidados em casa de “amigos” que mal conhecem, ou conhecidos que pouco vêem, desfrutando não só do espaço alheio, como também da alimentação, sem mostrar qualquer vontade de partilha nas despesas, ou algum sentido de responsabilidade e respeito por aqueles que tudo fizeram para ter as tão merecidas férias. Existem ainda aqueles que planeiam atempadamente e ao pormenor uns dias de férias, e os que decidem à última hora. Há também os que vão de férias com espírito de poupança e gastam o menos possível, e os que não olham a meios para atingir fins, dando-se ao luxo de cambiar os trocos até aos últimos cêntimos, mesmo que isso possa representar necessidades financeiras durante o período de tempo que se seguirá ao lazer.

De facto as férias são benéficas e muito necessárias para que se revitalizem forças e se encare com novo ânimo mais um período laboral, mas é preciso ter cautela, analisar bem os prós e os contras e ver se todas as despesas previstas são suportáveis pelo orçamento familiar, para que não haja surpresas e, mais tarde, não surjam situações aflitivas e complicadas que, por vezes, corrompem e destroem os lares, logo a seguir às férias.

Está na moda ir de férias, e porque não fazê-las, mas com conta, peso e medida!

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

3 minutos e meio apenas



Um trabalho de Jason Van Genderen.