segunda-feira, 25 de maio de 2009

Bom Senso


Bom Senso, por onde andas? Alguém o viu passar? Será que já se foi embora? Ou será que já partiu desta para melhor?

Diariamente, e em vários sectores sociais, constata-se muita falta de Bom Senso. Senão vejamos:

- Por onde anda o bom senso dos responsáveis nos nossos tribunais, quando repentinamente ordenam a entrega de crianças a pais biológicos, de uma forma rápida e brusca, sem pensar nas sequelas e traumas que daí advêm e que marcam indefinidamente o indivíduo para a vida inteira. Pensa-se nos direitos de posse, dos pais em relação à criança, como se fossem seus donos, pessoas estas que sabem muito bem defender-se, arranjando bons advogados para isso, ao invés de se pensar naquele que ainda não sabe o que fazer para se defender das maldades de quem diz querer ficar com ele agora, quando não o quis na altura em que mais precisava e até questionou, de certa forma, a sua existência. Perdoem-me estes pais, mas eles não amam verdadeiramente estes filhos, porque não se importam se eles sofrem ou não com a separação de quem os criou, cuidou e mimou quando estavam doentes ou tristes, enfim de quem representou um verdadeiro pai ou uma verdadeira mãe. Não me oponho a que se dê uma segunda oportunidade a este tipo de pais que, por esta ou aquela razão, não lidaram bem com a decisão de assumir uma criança e saberem cuidar dela convenientemente, logo após o seu nascimento, oponho-me sim a esta entrega feita de uma forma bruta, capaz de chocar o mais duro dos corações. E aqui entra o bom senso dos nossos juízes e advogados que poderiam ter optado por uma entrega gradual, feita sem pressas, ao longo de vários meses e até anos, caso fosse necessário, período este em que a criança aprenderia a conviver e a afeiçoar-se aos seus pais biológicos, sem revoltas, medos ou ansiedades, e assim se poderia tornar num adulto sereno e feliz, porque tinha vivido rodeado de amor durante a sua infância. Fala-se tanto em Direitos da Criança, afinal onde é que eles estão a ser defendidos? Se os tribunais servem para nos proteger e defender, porque não o fazem em relação às crianças? Na realidade, o que eu tenho assistido nos últimos tempos é à defesa dos direitos dos adultos...

-Bom senso nas escolas será que existe em todas? E a resposta é não. São certos professores, que tomam atitudes pouco louváveis e assumem comportamentos menos correctos e dignificantes, em relação a alunos e encarregados de educação. São pais que desautorizam professores para darem razão aos seus filhos e são alunos com a irreverência própria da sua idade, que afrontam verbalmente auxiliares e educadores, usam em plena aula headphones, telemóveis ou gravadores para fazerem pequenos vídeos, incentivados pelos pais ou pelos colegas, com destino a fins mediáticos: ou para colocar ao dispor do público no já tão “consagrado” You Tube, ou para ceder a algum canal de televisão, revista ou jornal. É preciso bom senso meus senhores! Estes jovens precisam de alguém que lhes sirva de modelo, educadores ou pais, ou ambos se for possível , alguém que lhes diga quais são as regras, para que mais tarde se tornem adultos responsáveis e atentos. Atenção que estes jovens serão os cidadãos do futuro!

-E bom senso nas famílias haverá? A falta de tempo dá origem à dificuldade de comunicação e esta gera isolamento e distância entre os elementos do agregado familiar. Vivem todos juntos, mas separados por grandes muros, alicerçados na solidão, no medo e nas angústias vividas ao longo dos anos. A maior parte dos casais tem um único filho e este refugia-se no seu canto, a estudar ou a fazer que estuda, de computador sempre ligado para fazer de vez em quando umas investidas na Net, de preferência sempre que os adultos não estejam por perto, para se manter em contacto com os amigos (valha-nos ao menos isso), ver filmes ou sacar músicas e jogos. Quando a família faz as refeições à mesa, ou come cada um por sua vez ou quando se juntam têm sempre uma convidada especial que monopoliza todas as atenções – a televisão. O pai tem muito trabalho para fazer e quando não o tem, precisa de descansar. A mãe divide-se entre o trabalho e as lides domésticas para que tudo esteja arrumado e pronto a tempo e horas. Os avós estão na casa deles entregues a si próprios e à sua solidão, ou então foram colocados num lar, porque dão muito trabalho e não há pachorra para os aturar. Minha gente, se houvesse bom senso, os avós poderiam ser uma mais valia na família: fariam companhia às crianças e jovens e até poderiam dar uma ajuda em algumas tarefas do lar. Os idosos deixavam de estar sós, tal como os seus netos e o casal passaria a usufruir de mais tempo livre para si e para a família. Se isto não é possível, há que criar outras alternativas, trabalhar menos se for preciso, sobretudo saber parar para dialogar num ambiente de respeito uns pelos outros. É preferível que algo fique por fazer, do que uma ocasião perder.

-A nível dos nossos governantes, assistimos diariamente a um desviar das atenções de tudo o que vai mal neste país, tentando encobrir os malefícios da verdadeira crise, fazendo-se planos e projectos para um grande aeroporto, traçados de TGV, pontes, aquedutos e auto-estradas, enfim um sem número de coisas que, com um bocadinho de bom senso, poderiam ser adiadas até que surgissem dias melhores na nossa economia. No passado, demo-nos ao luxo de fazer uma EXPO 98 em Lisboa, para mostrarmos ao mundo que éramos capazes de organizar tal evento e a seguir ficamos na penúria. Organizamos o EURO 2004 e ficamos radiantes por nos reconhecerem capacidades. À semelhança de outros países, metade dos estádios chegavam perfeitamente, mas nós tivemos de ser os maiores! Agora pagamos a factura dos custos, da manutenção e do abandono em alguns deles, por falta de fundos de maneio para a sua conservação e asseio. Para que estes novos estádios pudessem dar lucros e serem auto-suficientes, por altura dos jogos deveriam fazer casa cheia, ou terem pelo menos dois terços dos lugares ocupados, ora isso poucas vezes acontece, em virtude de serem espaços gigantescos e o futebol já não ser propriamente a única e a modalidade desportiva mais preferida dos portugueses. É costume dizer-se que aprendemos com os nossos erros, então senhores governantes pensem bem antes de avançarem, aprendam com os erros do passado, tenham algum bom senso, para que os nossos filhos não herdem um país completamente falido, devido às nossas extravagâncias e gastos excessivos. Sempre ouvi dizer que gastar sem ter é cegar e não ver.

-E os nossos empresários terão bom senso? Alguns sim , mas uma grande parte não, quando aproveitam momentos de crise para efectuarem despedimentos ou declararem insolvência das empresas, porque esse é o caminho mais fácil para eles. Não pensam nas famílias que lançam para o desemprego, nem como irão viver a seguir, só pensam numa saída, e certamente aquela que lhes cause um menor prejuízo. Olham por si próprios, asseguram as suas poupanças e abrem falência. Fecham as portas da fábrica, muitas vezes para abrirem noutro local, com outra gerência e uma nova contratação de pessoal, podendo até tirar dividendos do Estado em relação a esta última, porque estão a criar novos postos de trabalho. Haja bom senso, espírito de sacrifício e trabalho de equipa!... Tal como os operários precisam do patrão, o patrão também precisa dos operários!

-E para terminar esta minha retórica, questiono: será que existe bom senso a nível jornalístico? Nos tempos que correm, verificamos exactamente o contrário, é cada vez mais “uma caça às bruxas” no que respeita a notícias sensação. Todos querem ser os primeiros, todos querem grandes audiências! Fazem-se investigações, entrevistas, julgamentos, deduções e conclusões. Haja bom senso, senhores jornalistas, senão qualquer dia não precisamos dos tribunais para nada! Cabe ao jornalista a tarefa de informar, não a de julgar...

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Uma folha de papel…


Uma folha de papel…


Vi uma folha de papel e sorri:

Pensei, desenhei e escrevi.

Como seria a vida afinal?

Se não pudéssemos escrever

Pintar, embrulhar ou ler:

Um livro, uma carta, um jornal...


Perante a antiguidade

O papel não tem idade

Na história da paixão.

Adorno ou documento

Torna feliz o momento

Provoca revolução…


Do papiro ao pergaminho

Foi árduo o seu caminho

Até à tabuinha encerada.

Hoje serve a engenharia

Os trabalhos de fotografia

E a festa bem animada.


Fino, grosso ou reciclado

Colorido ou amachucado

É fértil em variedade.

Bem igual ou diferente

Serve p'ra toda a gente

Pesquisar a utilidade.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Aniversário


Pensando em todas as pessoas que hoje fazem anos, para elas aqui vai o meu presente recheado de algumas informações e curiosidades relacionadas com a palavra aniversário, que se refere a uma data em que se completa mais um ano sobre a ocorrência de um acontecimento, ou sobre o dia de nascimento de alguém.

Investigando a origem etimológica da palavra aniversário, verificamos que vem do latim anniversarius. Como em latim, versus quer dizer uma volta e a palavra anniversarius é formada por annus que significa “ano” mais versus que significavolta”, assim temos também nesta palavra o significado de uma volta, aquela que os meses fazem, uns atrás dos outros, em cada ano.

No latim clássico, anniversarius significa “aquilo que retorna anualmente”, o que volta todos os anos ou o que acontece todos os anos.

Em latim medieval, cunhou-se a expressão “dies anniversaria”, ou seja, dia em que o ano volta que, por sua vez, deu origem ao nome aniversário, data de comemoração de nascimentos ou de quaisquer outros acontecimentos marcantes.

A prática de se comemorar a data de nascimento de alguém teve início em Roma, numa festividade que era renovada anualmente e feita sob os auspícios do Gênio, a divindade invocada por ter presidido ao nascimento das pessoas. Para solenizar este acto festivo, erguia-se sobre a relva um altar que se cercava de ervas e plantas sagradas. Junto dele, as famílias mais abastadas imolavam um cordeiro.

Quanto ao bolo de aniversário, pude apurar que teve origem na antiga Grécia, ao começar-se a prestar homenagem à deusa Ártemis, fazendo-lhe uma festa no sexto dia de cada mês, onde havia um bolo cheio de velas que simbolizavam a claridade da lua que se espalhava à noite sobre a Terra.

Após termos constatado a origem etimológica da palavra aniversário e de nos termos entrosado um pouco na sua história através dos tempos, vejamos como ela pode ser dita em outras línguas diferentes da nossa:

Em homenagem a todos os aniversariantes do dia 7 de Maio, com muitos parabéns e felicidades.