terça-feira, 25 de maio de 2010

Auto-estima


Desta vez vamos falar de auto-estima, um fenómeno abstracto, discreto, complexo e nem sempre existente nas nossas mentes. Em linguagem corrente encontramos diversas formas de o definir:

-É a ideia que cada indivíduo tem de si mesmo;

- É o modo como cada pessoa se sente e se percebe;

- É gostar de si próprio;

- É a confiança que cada um tem em si mesmo e nas capacidades que possui face às exigências exteriores;

- É sentir-se amado;

- É sentir-se competente;

- É o escudo protector que o indivíduo possui relativamente a relações menos positivas, drogas, delinquência ou outros malefícios resultantes de uma sociedade em conflito.

Possuir auto-estima não tem a ver com perfeição, mas sim com aceitação incondicional de si próprio, com ou sem erros. Um excessivo medo de errar destrói a espontaneidade e fragiliza a auto-estima. Por isso, validar a cada passo a experiência do ser humano, vai levá-lo a sentir-se compreendido, mesmo quando é necessário ser corrigido.

Sempre que as regras dominantes não sejam adequadas ao sujeito e surgir conflito entre deveres ou obrigações e as necessidades básicas, por serem aplicados conceitos demasiado moralistas a situações e atitudes em que a moral e a ética não estejam em causa, sobretudo se tivermos em conta a confusão gerada por questões de gosto e preferência, necessariamente diferentes de geração para geração e com valores morais adjacentes também desiguais, a auto-estima baixará certamente.

Assim sendo, é de elevada importância ver e conhecer a pessoa na sua autenticidade e, não tanto, como ela gostaria de ser. É preciso reforçar a cada instante os seus dotes, compreender comportamentos no seu contexto e não proceder a avaliações precipitadas. Valorizar a auto-estima de um indivíduo é considerá-lo como um todo e não apenas constatar alguns dos seus saberes ou conhecimentos específicos.

A auto-estima transmite-se, não só pela força que incutimos nos outros, usando palavras de apreço e incentivo, mas também através de actos e experiências vivenciais. Por isso, pais e educadores são elementos primordiais na vida do ser humano para que este crie uma boa imagem de si mesmo e alicerce devidamente a construção da sua auto-estima. Eles funcionam como um espelho onde a criança aprende a descobrir-se. Quando chora e recebe a atenção dos adultos, conhece o apaziguamento e sente-se o centro das atenções. Com as carícias, ela aprende a sentir-se mais segura e com o sorriso dos que a rodeiam, consegue captar a mensagem que ele transmite e aprende a compreender o seu encanto.

A imagem que um indivíduo tem de si mesmo é especialmente importante para o seu bem-estar, tal como a relação que mantém com os outros e o meio social em que está inserido.

Sendo assim, torna-se necessário investir positivamente na auto-estima de cada pessoa, apostando em três tipos de relações que se interagem e completam:

1ª A relação que tem consigo própria através do conhecimento dos valores e capacidades que possui e da aceitação e reconhecimento dos seus limites.

2ª A relação com a acção através do saber agir, do conseguir calar o crítico interior e do aceitar o fracasso.

3ª A relação com os outros através da capacidade de se afirmar, de criar empatia suficiente para ser aceite na comunidade e ser humilde para procurar e aceitar apoio social.