quarta-feira, 1 de abril de 2009

Crise de valores

Estamos quase no término da primeira década do terceiro milénio e vive-se na era da cibernética, da informática, da alienação do consumo e da influência da movimentação de massas. É grande a efervescência cultural e mediática, onde os homens buscam mais e mais, à procura de maior e melhor integração no COSMOS, apesar da complexidade criada em torno de resoluções para os problemas ambientais que tanto afligem a sobrevivência do planeta Terra e de outros, não menos importantes, tais como a actual crise económica vivida a nível mundial, motivo dos mais variados estudos e debates na comunicação social, e para a qual as grandes potências, desesperadamente, tentam encontrar soluções.

Os enormes progressos conseguidos na área da informática permitem-nos a globalização e a interculturalidade, de uma forma muito rápida e bastante abrangente.

Mas, tanto podem ser benéficos os efeitos da interdependência económica, política, científica e cultural, como podem instalar nas populações alguma confusão e revolta, provocar incertezas e causar alguma apreensão na busca de soluções.

Nunca os dados, resultantes de grandes decisões mundiais, foram tão importantes e tiveram tanto impacto na vida dos povos, tais são os efeitos da globalização que hoje se faz sentir. Reconhece-se, no entanto, a importância das tomadas de posição assumidas conjuntamente pois levam a uma maior responsabilização de todos os intervenientes no processo, faz com que as medidas se tornem mais eficazes no seu cumprimento e sejam menores as probabilidades da existência de falhas.

O homem, além de um ser cultural, é um produtor de cultura e de desenvolvimento e também uma vítima desse próprio desenvolvimento.
Com maior ou menor rigor, respeita a cultura que o viu nascer, onde vai crescendo e criando as suas próprias derivadas por influência da família, dos pares, do local onde habita, trabalha ou frequenta. A evolução das grandes tecnologias faz com que viva em função dos outros ou explore o seu semelhante, esteja tão próximo quão distante ou tão vizinho quão estranho.

Cada vez mais, a vida em sociedade é demasiadamente apoiada nos Mass Média, onde o material e o imediato se sobrepõe aos valores, direitos e deveres dos cidadãos.

Estamos perante um novo mundo, composto por sociedades excessivamente materialistas, competitivas e consumistas. Vive-se em função do “ter” mais do que os outros, um constante elitismo que passa por cima do”ser”, um novo estilo de vida que se foi criando nas últimas décadas, bem diferente daquele a que estávamos habituados e que vai proliferando e corrompendo a estrutura familiar e a formação dos indivíduos.

As constantes mudanças sociais, culturais e económicas com que nos deparamos a todo o momento, são uma prova evidente desta nova realidade que surge no nosso quotidiano. Não podemos ficar indiferentes perante estas sucessivas mutações, nem virar costas a esta problemática. Temos que aprender a saber lidar com elas, mas de forma a que não nos tornemos uns simples autómatos humanos, completamente ocos e desprovidos de quaisquer sentimentos ou valores.

Sendo assim, torna-se cada vez mais premente, promover a mudança global de atitudes e comportamentos, pois dela depende a evolução e o crescimento da Humanidade.

Dado verificar-se que o desenvolvimento comunitário é tanto maior, quanto mais elevado for o nível cultural e social de uma população, daí se poderá corroborar a importância de um grande investimento na formação pessoal e a relevância desta no progresso de um povo.

Este investimento na educação e formação dos indivíduos, deverá ser realizado em escolas e instituições, abarcar público de todas as idades e terá de ser um processo continuado e intenso, para que possa envolver um leque bastante diversificado de possibilidades e opções e consiga obter resultados concretos a médio e longo prazo.

Todo o trabalho desenvolvido não poderá, de forma alguma, colocar em causa a liberdade política e a económica, assim como o bem-estar social.
Também é de primordial importância que os grandes objectivos desta formação sejam direccionados para uma sensibilização dos cidadãos tal, que os leve a assumir uma conduta de vida cada vez mais séria, atenta, responsável e mais consciente do que é dever ou direito absolutamente indispensável a uma convivência social salutar, livre de atritos e confusões, e onde se vise não só o respeito pela dignidade humana, mas também a protecção e a preservação do planeta.

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